Friday, May 11, 2007

Nutrição Artificial

Nutrição Artificial

Os astronautas têm uma alimentação à base de produtos artificiais?

Não! Os astronautas alimentam-se normalmente quando estão no espaço. Levam comida em pequenas embalagens e até necessitam de talheres para a comer. Alguma comida como por exemplo macarrão, queijo e esparguete vai “desidratada”/liofilisada, com fins de conservação, sendo necessário adicionar água.
O mito de que os astronautas se alimentam simplesmente à base de suplementos alimentares tem levado muitos a justificar o uso excessivo destes produtos. O objectivo na publicação deste artigo é em primeiro lugar, explicar o que são estes suplementos alimentares que suportam a chamada alimentação ou nutrição artificial, e mostrar em que situações é aconselhado o seu uso.

Nutrição artificial – Apenas para complementar um regime alimentar debilitado
Nutrição artificial consiste no consumo de suplementos/alimentos que se destinam a normalizar/complementar um regime alimentar debilitado, bem como em casos em que não é possível a alimentação por via oral/tradicional. São constituídos normalmente por nutrientes e outros elementos químicos e comercializados sob diferentes formas (ampolas de liquido, frascos com conta gotas, pós). Contém um leque variado de nutrientes tais como vitaminas, sais minerais, aminoácidos, ácidos gordos e fibras.
Os suplementos servem para suprir carências. São muitas vezes utilizados por pessoas que têm um estilo de vida muito especial o que implica uma alimentação especialmente cuidada e regulada.
Crianças com anemia, idosos com saúde frágil, alguns casos de gravidez, doença ou subnutrição, são exemplos de situações em que se justifica o uso de suplementos.
Em qualquer dos casos deve consultar-se um médico.

Os vegetarianos têm de complementar a alimentação?
Os vegetarianos que evitam completamente produtos de origem animal correm o risco de varias deficiências, especialmente de vitamina B12 e dos aminoácidos metionina e lisina devendo por isso, de forma supervisionada, tomar suplementos de modo a completar a alimentação.

Os atletas têm de complementar a alimentação?
Se a actividade é intensa, a alimentação deve ser estruturada de modo a contemplar os gastos inerentes à mesma. Uma alimentação cuidada/variada deve prevenir eventuais carências.
A ingestão de substâncias hipercalóricas, anabolizantes e esteróides é uma prática pouco recomendada. O seu uso exagerado pode provocar desde efeitos colaterais simples, como borbulhas no corpo, pele excessivamente oleosa até complicações muito graves como acidentes vasculares cerebrais, problemas cardíacos e problemas na coagulação do sangue

Quais são os riscos associados ao consumo de suplementos alimentares?
Além dos riscos referidos no parágrafo anterior deve-se também ter em conta o uso excessivo de vitaminas. O consumo em excesso destas substâncias pode trazer sérias consequências ao organismo. Por vezes, o organismo das pessoas pode desencadear reacções alérgicas a certas substâncias contidas nos suplementos e, dependendo da intensidade da resposta imunitária, as perturbações podem ser bastante graves.
A utilização de suplementos alimentares deverá ser sempre ponderada e clinicamente monitorizada.

A nutrição artificial pode ser ministrada directamente no sangue?
O que é a nutrição parentérica?

O esquema seguinte mostra claramente quando se deve praticar uma alimentação artificial. Por vezes, a pessoa pode não conseguir ingerir alimentos, recorrendo-se então à prática da nutrição parentérica.


Tempo mínimo para reavaliação.
[Adaptado de: http://www.infarmed.pt/formulario/ficha.php?idc=187]

A nutrição parentérica está indicada quando a alimentação entérica (forma de nutrição, na qual os nutrientes são administrados por sonda) está absolutamente contra-indicada ou é insuficiente para fornecer as necessidades energéticas e nutricionais (alimentação mista).
Consiste na administração intravenosa dos nutrientes necessários à manutenção ou restauração do equilíbrio metabólico e nutricional dos doentes.
A nutrição parentérica é muitas vezes indicada em recém nascidos de baixo peso mas apenas se estritamente necessário. É a última via de recurso por ser a menos fisiológica, uma vez que os nutrientes administrados ultrapassam as fases de ingestão, digestão, absorção e mesmo a primeira passagem de metabolização hepática. Salienta-se que esta técnica é apenas utilizada caso não seja possível a alimentação oral normal e/ou alimentação entérica.




Fontes: Agência Portuguesa de Segurança Alimentar (APSA); Suplementos Alimentares; [citado em 16 de Março de 2007]. Disponível em: http://agenciaalimentar.pt
Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed); Nutrição parentérica; [citado em 23 de Fevereiro de 2007]. Disponível em: http://www.infarmed.pt/formulario/navegação
Rodrigues, Anabela; Marques, António, Sarmento, Hugo, Rodrigues Susana. Hospital Central Especializado de Crianças Maria Pia. “Nutrição Parentérica total em recém nascidos de baixo peso”; [citado em 15 de Março de 2007]. Disponível em: http://www.netfarma.pt